quarta-feira, 16 de abril de 2008

Inclusão escolar

O sucesso do processo de inclusão está diretamente ligado à possibilidade de reconhecer as diferenças e aceitá-las. Isso não significa ignorá-las, isso não significa colocar crianças com necessidades educacionais especiais na sala de aula regular e esperar que elas aprendam pela proximidade com seus colegas da mesma idade. Respeitar as diferenças é oportunizar os recursos necessários para que a criança aprenda. Muitas vezes esses recursos serão simples como letras soltas ou textos escritos em letras maiúsculas e outras vezes poderá ser o uso de um computador adaptado.
O Brasil tem hoje, segundo o censo escolar de 2005 (MEC, 2006), 640.317 alunos com necessidades educacionais especiais matriculados nas escolas do país, portanto esse não é um problema que possa ser ignorado.

O uso da tecnologia no processo de inclusão escolar

Ao longo da história, a tecnologia vem sendo utilizada para facilitar a vida dos homens. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia é a diferença entre o “poder” e o “não poder” realizar ações.
No processo de inclusão de crianças com dificuldades motoras, o terapeuta ocupacional poderá coordenar:

Adaptações ambientais como: rampas, barras nos corredores, banheiros e sala de aula, tipo de piso, sinalização dos ambientes, iluminação e posicionamento da criança dentro da sala de aula considerando sua possibilidade visual.
Adaptação postural da criança na classe com a adequação da sua cadeira de rodas ou carteira escolar e adequações posturais nas atividades das aulas complementares ou de lazer.
O processo de ensino-aprendizagem com a confecção ou indicação de recursos como: planos inclinados, antiderrapantes, lápis adaptados, órteses, pautas ampliadas, cadernos quadriculados, letras emborrachadas, textos ampliados, máquina de escrever ou computador.
O recurso alternativo para a comunicação oral com a utilização de pranchas de comunicação ou comunicadores e,
A independência nas atividades de vida diária e de vida prática com adaptações simples como argolas para auxiliar a abertura da merendeira ou mochila, ou copos e talheres adaptados para o lanche.

Formas de acesso ao computador


As formas de acesso ao computador podem ser divididas em quatro grupos:




  1. Pessoas que não precisam de recursos especiais: são os usuários que apresentam alguma dificuldade de acesso mas não o suficiente para necessitar de adaptações.


  2. Pessoas que necessitam de adaptações em seu próprio corpo: são os usuários que se beneficiam de órteses colocadas nas mãos ou dedos que facilitam o teclar. Alguns necessitam de pulseira de peso para diminuir a incoordenação e outros de faixas para restringir o movimento dos braços. A indicação desses recursos deve ser feita por um terapeuta ocupacional. Essas pessoas vão utilizar o computador sem modificações.


  3. Pessoas que necessitam de adaptações do próprio computador: são os usuários para os quais a introdução de recursos no próprio corpo não são suficientes ou não são eficazes.
    ADAPTAÇÕES:
    Colmeia de acrílico- colmeia é uma placa confeccionada de acrílico transparente onde são feitos furos do tamanho das teclas. A função dos furos é facilitar o acesso da criança ao teclado sem que ela aperte todas as teclas ao mesmo tempo. Esse recurso é também utilizado para o teclado da máquina elétrica. Teclados alternativos - Os teclados alternativos podem ser reduzidos ou ampliados. O teclado expandido possui letras maiores, em alto contraste e com menor número de informações na prancha. O teclado reduzido é utilizado quando a pessoa tem boa coordenação, mas pequena amplitude de movimento.
    Teclado sensível - O teclado sensível é uma prancha que pode ser programada em zonas de tamanhos variáveis. Funciona associado a um programa que realiza a programação do número de informações, local de pressão e que pode estar ou não associado a um sintetizador de voz.
    Mouse adaptado - existem vários modelos: mouse com 5 botões, cada um deles faz o cursor andar para uma direção e o último é o do click ou double click; mouse cujo movimento do cursor acontece através de rolos; mouse em formato de caneta, entre outros.
    Tela sensível ao toque- onde o usuário com o dedo na tela comanda o cursor do mouse.
    Pessoas que necessitam de programas especiais: os usuários que necessitam de programas especiais são aqueles que vão interagir com o computador com o auxílio de acionadores externos, por não serem capazes de utilizar o teclado e o mouse, mesmo adaptados.

Tecnologia Assistiva




Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover uma vida independente e inclusão. Elas tentam minimizar as dificuldades de acesso de pessoas com deficiências, com o uso dos recursos da tecnologia. Em informática, programas que provêm acessibilidade são ferramentas ou conjuntos de ferramentas que permitem que portadores de deficiências (as mais variadas) se utilizem dos recursos que o computador oferece.Essas ferramentas podem constituir leitores de tela para deficientes visuais, teclados virtuais para portadores de deficiência motora, mental, ou com dificuldades de coordenação motora, e sintetizadores de voz para pessoas com problemas de fala.
A Tecnologia Assistiva visa melhorar a FUNCIONALIDADE de pessoas com deficiência. O termo funcionalidade deve ser entendido num sentido maior do que habilidade em realizar tarefa de interesse:
1. Funções e Estruturas do Corpo e DeficiênciasDefinições:• Funções do Corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas).• Estruturas do Corpo são as partes anatômicas do corpo, tais como, órgãos, membros e seus componentes.• Deficiências são problemas nas funções ou na estrutura do corpo, como um desvio importante ou uma perda.
2. Atividades e Participações / Limitações de Atividades e Restrições de ParticipaçãoDefinições:• Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo.• Participação é o envolvimento numa situação da vida.• Limitações de Atividades são dificuldades que um indivíduo pode encontrar na execução de atividades.• Restrições de Participação são problemas que um indivíduo pode experimentar no envolvimento em situações reais da vida.
3. Fatores ContextuaisRepresentam o histórico completo da vida e do estilo de vida de um indivíduo. Eles incluem dois fatores - Ambientais e Pessoais - que podem ter efeito num indivíduo com uma determinada condição de saúde e sobre a Saúde e os estados relacionados com a saúde do indivíduo.• Fatores Ambientais:Constituem o ambiente físico, social e atitudinal no qual as pessoas vivem e conduzem sua vida. Esses fatores são externos aos indivíduos e podem ter uma influência positiva ou negativa sobre o seu desempenho, enquanto membros da sociedade, sobre a capacidade do indivíduo para executar ações ou tarefas, ou sobre afunção ou estrutura do corpo do indivíduo.• Fatores Pessoais:São o histórico particular da vida e do estilo de vida de um indivíduo e englobam as características do indivíduo que não são parte de uma condição de saúde ou de um estado de saúde. Esses fatores podem incluir o sexo, raça, idade, outros estados de saúde, condição física, estilo de vida, hábitos, educação recebida, diferentes maneiras de enfrentar problemas, antecedentes sociais, nível de instrução, profissão, experiência passada e presente, (eventos na vida passada e na atual), padrão geral de comportamento, caráter, características psicológicas individuais e outras características, todas ou algumas das quais podem desempenhar um papel na incapacidade em qualquer nível.Modelos Conceituais
Para compreender e explicar a incapacidade e a funcionalidade, foram propostos vários modelos conceituais:• Modelo Médico:Considera a incapacidade como um problema da pessoa, causado diretamente pela doença, trauma ou outro problema de saúde, que requer assistência médica sob a forma de tratamento individual por profissionais. Os cuidados em relação à incapacidade têm por objetivo a cura ou a adaptação do indivíduo e mudança de comportamento. A assistência médica é considerada como a questão principal e, a nível político, a principal resposta é a modificação ou reforma da política de saúde.• Modelo Social:O modelo social de incapacidade, por sua vez, considera a questão principalmente como um problema criado pela sociedade e, basicamente, como uma questão de integração plena do indivíduo na sociedade. A incapacidade não é um atributo de um indivíduo, mas sim um conjunto complexo de condições, muitas das quais criadas pelo ambiente social. Assim, a solução do problema requer uma ação social e é da responsabilidade coletiva da sociedade fazer as modificações ambientais necessárias para a participação plena das pessoas com incapacidades em todas as áreas da vida social. Portanto, é uma questão atitudinal ou ideológica que requer mudanças sociais que, a nível político, se transformam numa questão de direitos humanos. De acordo com este modelo, a incapacidade é uma questão política.• Abordagem Biopsicosocial:A CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) baseia-se numa integração desses dois modelos opostos. Para se obter a integração das várias perspectivas de funcionalidade é utilizada uma abordagem "biopsicossocial". Assim, a CIF tenta chegar a uma síntese que ofereça uma visão coerente das diferentes perspectivas de saúde: biológica, individual e social.ADA - American with Disabilities Act.: www.usdoj.gov/crt/ada/pubs/ada.txtCook e Hussey.Assistive Tecnologies: Principles and Pratice, Mosby-Year Book. Missouri, EUA, 1995.Decreto Nº3.956, de 08 de outubro de 2001. www.planalto.gov.br/ccivil/_03/decreto/2001/d3956.htm



Fonte: http://deftecgrupo3.blogspot.com/

A inclusão digital para deficientes visuais

Achei estes vídeos no YOU TUBE (http://www.youtube.com/)

o primeiro vídeo é bastante informativo e interessante. Ele fala sobre as vantagens e facilidades da tecnologia e principalmente como pode se dá a inclusão digital das pessoas com deficiência visual. Um aspecto relevante é a entrevista do psicólogo Paulo Augusto falando sobre os desafios enfrentados por um cego e como a tecnologia pode trabalhar em seu favor. Também é demostrado como é feito o uso do DOSVOX.

Enfim, confiram, vale a pena!

aí vai :

http://www.youtube.com/watch?v=74-a83YWjXg&feature=related


Um outro vídeo falando mais especificamente do DOSVOX:

http://www.youtube.com/watch?v=O5jEqDOGfNE&feature=related

terça-feira, 8 de abril de 2008

Olá, Achei esse artigo do Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade, é sobre Avanços Tecnológicos na Educação Especial. Fiz um resumo pois ele era muito extenso mas vocês podem achá-lo na seguinte página do web : http://www.defnet.org.br/Avancos_tec.htm

Usando Tecnologias para a transposição dos limites

"Meu amigo, Ronaldo Correa Jr., de Recife, autor e autodidata do site Dedos dos Pés, já afirmou: "a Internet é o único espaço em que a minha normalidade é evidente. Lá eu posso ser eu mesmo, independentemente do que meu corpo é capaz de fazer. Ter acesso ao mundo todo pela tela do computador melhorou muitíssimo minha qualidade de vida...". Este homem com Paralisia Cerebral, quadriplegia com espasticidade, se comunica com todos dentro da Internet, digitando com os dedos dos pés, e vem "estudando" diversas matérias, como Economia, tornando-se um dos mais respeitados webmasters com deficiência. Ronaldo não pode concluir o chamado segundo grau, não viram nele, um deficiente físico "grave", sem sua prancha de comunicação de madeira, com o alfabeto escrito como no filme GABY (Um História Verdadeira), que lhe inspirou usar os pés para esta forma alternativa de conexão e linguagem não-verbal, as possibilidades mas sim as suas limitações físicas. Conheça-o acessando seu site em: www.truenet.com.br/ronaldo . Muitos ainda são os deficientes, como Ronaldo, que espalhados pelo Brasil estão ou foram excluídos da escola (segundo dados publicados na Folha de São Paulo, 1998, seriam mais de 6 milhões de brasileiros e brasileiras), pelo simples fato de que o processo educacional especial ainda engatinha no uso de recursos tecnológicos, do mais simples (como as pranchas de comunicação) aos mais sofisticados (sintetizadores de fala) para estes cidadãos também possam participar do direito à Educação. Nesta perspectiva os educadores, mais ainda os que estão na Educação Especial, vistos aí como multiplicadores, necessitam de um processo de capacitação e formação no uso e difusão destes recursos, com a consciência de que estes educandos com necessidades especiais precisam de um atendimento multiprofissional, que vai dos engenheiros, analistas de sistemas, educadores, fonoaudiólogos, neurocientistas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, neurologistas, neuropsicólogos, fisiatras e biomecânicos até os familiares da pessoa com deficiência. Lembrando sempre que nem sempre os aparatos mais sofisticados serão a melhor e mais eficiente solução de quaisquer deficiências, mas que seu uso cientificamente avaliado e discutido, coletivamente, poderá modificar a história de vida de um ser humano.
No movimento de mudanças, principalmente nas políticas públicas e nas legislações (como a LDB), imprimindo um novo caminho para a Educação Especial, embora ainda com poucas experiências no campo inclusivo, há um processo lento, porém persistente, de introdução de novas tecnologias nas escolas. Assim como a palavra tecnologia e seu exaustivo uso em todas as mídias, assistimos também uma hiperutilização da palavra INCLUSÃO. Temos uma inevitável e atual mudança de paradigmas, com resistências na mudança de mentalidades, tarefa a ser realizada com participação de todos os segmentos chamados de minorias neste País.
Sabemos que uma ampla utilização de novas tecnologias poderá facilitar o processo de inclusão de crianças e jovens com deficiência, principalmente aqueles considerados mais "difíceis", os deficientes múltiplos, autistas, surdos e com enfermidades graves. Para tanto faz se necessária a demolição e transposição de algumas barreiras e processos invisíveis que favorecem a ignorância, o preconceito, a segregação e o isolamento destes deficientes. Todos sabemos que estes deficientes têm direito à Educação, para além de discursos oficiais ou institucionais, mas ainda de uma educação que respeite as suas singularidades e particularidades.
Para que tenhamos uma possível inclusão de crianças consideradas "casos difíceis", além de um experiente aprimoramento da capacitação dos professores e das escolas, poderíamos iniciar a difusão de recursos tecnológicos que os profissionais da educação e todo pessoal implicado nesta busca da educação com qualidade podem utilizar. Mencionarei apenas alguns dos mais importantes:
-Computadores (conectados à Internet)
-Sintetizadores de Fala
-Impressoras Braille
-Teclados ampliados e adaptados (com colméias/ protetor de teclado)
-Mouses adaptados ou modificados
-Sinalizadores de tela
-Dicionários de sinais e LIBRAS
-Aplicativos (editores de desenho e de texto ou desenho)
-Telas sensíveis ao toque
-Comutadores ou Switch (ou botões sensíveis ao toque)
-Apontadores de cabeça (capacetes com ponteiros para tela)
-Softwares de comunicação
-LM Brain e IMAGO ANA VOX (programas de auxílio à comunicação de pessoas com deficiência motora grave, criados na UNICAMP e USP)
-DOSVOX (Programa na UFRJ desenvolvido para leitura e edição de textos)
-Virtual Vision (leitor de telas para deficientes visuais)
-Via Voice (programa da IBM que permite controlar e acessar o computador com a voz)

quinta-feira, 27 de março de 2008

Olá pessoal!

gostaria de começar esse blog com um texto que fala sobre a tecnologia na educação e seus benefícios. Portanto, antes de começar a ler, é bom ter em mente que a tecnologia deve ser encarada como um meio facilitador do aprendizado e não como a solução definitiva. Ela pode ser tida com um objeto que irá colaborar significativamente no processo de aprendizagem e conceder maior eficácia ao desenvolvimento das aulas, tornando os conteúdos mais ricos, interessantes e vinculados à realidade de estudo, pesquisa e de contatos com novos conhecimentos produzidos, em maior velocidade.


"Não há dúvida de que o mundo vive uma mudança de paradigma, um desconforto de todos em busca de respostas diante de tantas mudanças. Isso se deve em grande parte ao avanço da tecnologia. O surgimento da televisão provocou uma enorme mudança de comportamento em uma determinada época, imagine então o computador e a Internet. A possibilidade de manter-se informado sobre diversos assuntos provenientes de diversas partes do mundo instantaneamente era algo inimaginável para as pessoas há apenas algumas décadas atrás, e isso é possível agora.
O que o professor ou o supervisor escolar têm a ver com isso? Muita coisa. Por quê? Pelo simples fato de que as pessoas com as quais eles lidam, direta ou indiretamente, estão vivendo essa mudança e precisam do auxílio do professor para saber como aproveitar essa mudança da melhor maneira possível para que ela não acabe sendo prejudicial.As novas tecnologias que incluem não apenas o computador com seus programas e a Internet, mas também a televisão, o rádio, o vídeo e, modernamente, o DVD, não podem ser vistas como vilões prejudiciais ou substitutos dos professores. O papel do professor é insubstituível, pois diante de tantas modificações e informações é preciso que haja alguém que auxilie o aluno a analisar criticamente tudo isso, verificando o que é válido e deve ser utilizado e o que pode ser deixado de lado. Apesar da facilidade de acesso a informação que a tecnologia nos permite, o professor continua sendo indispensável para que a tecnologia seja utilizada corretamente.

O uso da tecnologia em sala de aula é bastante válido no sentido que possibilita “um ensino e uma aprendizagem mais criativa, autônoma, colaborativa e interativa”. No entanto, o professor ainda, muitas vezes, mantém-se apreensivo e reticente em utilizar a tecnologia em sua aula. Segundo Heide e Stilborne (2000, p. 24) muitas são as razões para que o professor haja dessa maneira: não saber como utilizar adequadamente a tecnologia nas escolas, não saber como avaliar as novas formas de aprendizagem provenientes desse uso, não saber como usar a tecnologia e, algumas vezes por falta de apoio dos colegas ou da escola para o uso de inovações em sala de aula."

Fonte:http://www.centrorefeducacional.com.br/supertec.htm